sábado, 24 de março de 2012

Saí-se do Caminho.

"A Luísa sentiu-se sufocada! Não aguentaria tal situação durante muito mais tempo. Era impensável e estava a chegar ao limite da sua tolerância.
O que poderia levar a tal comportamento?
O que acontecera com a pessoa que conhecera? Com espírito empreendedor e lutador? Corajoso e implacável?
O que teria acontecia?!

Durante a noite chorou como nunca o fizera. A sua cabeça não parava de imaginar mil e uma histórias. Tinha de haver um argumento para tal atitude. Nada acontece por acaso, e Luísa sabia disso... pelo menos melhor que outras pessoas. De certeza. 
Quando o corpo e a alma lhe deram tretas, adormeceu num sono profundo, pelo menos assim o julgou. Acordou a latejar. E o primeiro pensamento foi exactamente o que a levou ao descanso conturbado! 
Cansada da situação. Completamente esgotada... sim! Mas o que poderia ela fazer? Nada. Estava entregue ao rumo dos acontecimentos... Triste e sozinha! Desabafava com as paredes e com ela própria, chegando várias vezes a duvidar do seu discernimento... a sensatez tendia a franquear, não havia saída possível de tal problema! Tentou a via oral e serena, sem sucesso! Nada destruiria a bolha de protecção e demoveria a criatura, outrora capaz e de uma inteligência bastante satisfatória. Nunca ninguém preveria que tal pudesse acontecer. Ninguém julgaria, muito menos desconfiava. Luísa sentiu-se presa e encurralada. Não tinha forças, sequer, para mover o ar. Tudo se tornou melhor que permanecer na mesma área. Saia para longas caminhadas minadas por ideias e pensamentos absurdos... Estava cada vez mais e mais farta e sem esperança! 
Valeria a pena? O esforço e a dedicação?
Como se lutaria por algo que empurrava toda a situação para o abismo?
Como se ajuda alguém que não quer ser ajudado?

Saí-se do caminho!

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